Chevettes - Dicas e Venenos "Monzinha"








UMA MEXIDA NO "CARRINHO" - CHEVETTE 1987 A 1993


Apresentação


Este foi o último dos Chevettes, não mudando sua base desde quando começou a ser produzido em 1983 até a sua última unidade, em 1993 (embora alguns digam que foi, na verdade, 1994) e que ganhou o apelido de “Monzinha” devido a reestilização que ele recebeu em 1983, que o deixou bem parecido com o lançamento mundial da GM em 1982, o Monza, ou Opel Ascona, na Europa. Como todo Chevette, desde o seu lançamento, é um carro que sempre esteve à frente de seu tempo, embora algumas publicações automobilísticas dissessem o contrário, principalmente pelo fato do carro contar ainda com tração traseira (se for assim Mercedes, BMW, Alfa Romeo, Ferrari, Porsche e outros também são carros atrasados tecnologicamente). Mas só sendo proprietário de um Chevette para saber que é um ótimo veículo, embora tenha algumas limitações, como todos os outros. Felizes os proprietários deste modelo de Chevette, pois trata-se do modelo mais fácil de “mexer” e alterar o visual . Aqui apresento algumas dicas para modificar o carro sem gastar muito dinheiro e sem alterar as características originais do carro.

Bom Divertimento.


PARTE I
EXTERIOR DO VEÍCULO



SEÇÃO I
DA FUNILARIA (LANTERNAGEM) DO VEÍCULO


1. Procure um funileiro (lanterneiro) de sua confiança. Dê preferência àquele que lhe deixa acompanhar o serviço passo a passo.

2. A funilaria (lanternagem) bem feita é aquela que deve ser feita sem pressa (sim, dá uma certa dor de cabeça, mas o resultado final é muito gratificante).

3. Dê preferência ao funileiro (lanterneiro) que trabalhe sem o uso de massa-plástica, somente com solda. Os “remendos” feitos em massa-plástica costumam soltar-se com o tempo ou devido à própria trepidação do veículo

4. Peça para o profissional de sua escolha dar uma boa verificada nas seguintes partes do veículo:

* Caixa da bateria
* Assoalho do porta-malas

5. Troque todas as borrachas (de porta, de janelas, porta-malas, pára-brisa e vigia traseira), para dar um aspecto mais bacana ao carro, prefira que a as borrachas do pára-brisa e do vigia sejam aquelas com friso cromado. Para comprar borrachas de boa qualidade é necessário ressaltar alguns aspectos:

* Faça o seguinte teste na borracha: puxe-a e dobre-a em seguida, a boa borracha deve voltar para a posição original e não deve apresentar rupturas (pequenas rachaduras) no local testado.
* Se a borracha apresentar logotipo da GM ou o local onde deveria estar o logotipo está raspado provavelmente é uma borracha de boa qualidade (costuma ser lote comprado diretamente da fábrica).

6. Quanto à pintura, você pode manter a cor original, ou trocá-la (fica cerca de R$ 100,00 para mudar a cor no documento). Converse com o profissional de sua escolha quanto à tonalidade escolhida e quanto à dica de pintura especial que lhe passarei a seguir:

* Após as demãos de tinta peça ao funileiro (lanterneiro) para, ao invés de usar verniz comum, que use verniz de vitral (é um pouco mais caro que o verniz comum, mas o resultado vale a pena). Independentemente da cor escolhida, com o uso deste verniz o reflexo da pintura muda de cor conforme a luz, algo muito parecido com as peças ditas “light” (freios, guidão e outras peças), muito usadas nas bicicletas tipo “cross” da Caloi, dos anos 80.
* Após o uso deste verniz e sua secagem, uma cristalização da pintura é muito bem vinda.

É uma dica, com a qual não se gasta muito e se obtém um resultado muito bom, parecendo que a pintura é muito mais cara do que na realidade custou.

OBSERVAÇÃO: Fiz, juntamente com um amigo meu, esse tipo de pintura em um Fusca branco, em 1992, utilizando “Duco”. Realmente ficou parecendo que o carro era feito de pérolas. Creio eu que com a utilização de P.U. o resultado deve ser ainda melhor.


SEÇÃO II DOS DETALHES A SEREM MODIFICADOS

A) Dianteira

Aqui vão umas dicas para dar uma modificada na aparência do Chevette, sem gastar muita grana. Dicas que o deixam com um visual um pouco mais agressivo. A proposta aqui não é de alterar o “design” do carro, mas sim valorizá-lo um pouco mais. Aqui passo alguns preços de peças que vi no site Mercado Livre, mas provavelmente você achará preços melhores em autopeças.

Como disse anteriormente: felizes os proprietários desse modelo de Chevette, pois se acha tudo na medida e não é preciso “improvisar” e “garimpar” peças como proprietários de modelos anteriores (detalhe: sou dono de um SL de 1979)

Vamos ver?

1. Comecemos pelos faróis principais.. Surgiram duas propostas, uma com estilo mais “clean” e outra com estilo mais agressivo, com máscara fumê. A primeira (Fig.01) custa por volta de R$62,00 e a segunda (Fig.02) cerca de R$68,00

Fig-01
Fig-02


2. Spoiler dianteiro, peça esta que vai instalada abaixo dos pára-choques dianteiro. Há vários modelos no mercado, mas o que eu acho (opinião pessoal) melhor, é comprar um “liso” (Fig. 03), que custa cerca de R$ 85,00, aqueles sem furos ou recortes e que você mesmo (ou alguém de sua confiança) faz os furos e recortes de acordo com seu gosto pessoal. Deve ser pintado na cor do carro.

Fig-03


3. Antes de instalar o spoiler, você deve fazer os recortes ao seu gosto, e também instalar os faróis de milha. Pessoalmente eu recomendo um kit do Fiat Pálio (Fig. 04), cuja máscara (também conhecidos como capa, indicado com a seta) devem ser pintadas na cor do carro, ou cromado.

Fig-04


OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Jamais use tinta spray, daquelas que produzem efeito cromado, para peças externas do veículo. Essas tintas até surtem um efeito satisfatório no começo, mas em poucas semanas sofre a ação do tempo e começam a descascar. É até melhor utilizar papel “contact” nesses casos do que esse tipo de tinta.

4. Passemos para a grade dianteira do carro. Achei um modelo bastante interessante no “Mercado Livre”, e custa cerca de R$60,00 (Fig. 05), mas ela é facilmente achada em autopeças e com mais modelos para a sua escolha. A da foto é para apenas dar uma idéia, pois, pessoalmente, acho melhor aquelas “teladas” sem nenhum símbolo no meio. Deve ser pintada na cor do carro

Fig-05


5. Agora digo o “por quê” da preferência da grade sem o símbolo central. Repare bem na foto do Opala abaixo (Fig. 06). A idéia é tentar “imitar” o letreiro “CHEVROLET” que está acima da grade do Opala no Chevette.

Fig-06


Para isso iremos fazer o seguinte:

* Comprar um letreiro com a palavra “CHEVROLET” (Fig. 07). Preferencialmente aquele que vai à tampa do porta-malas do Kadett (ano 1996 para cima).

Fig-07


* Com a ajuda de um bom estilete, separe as letras, tomando o cuidado de dar um bom acabamento, não deixando “resquícios” de que as letras eram emendadas.

* No local indicado na foto (Fig. 08) cole a letra “R”, em seguida cole as outras letras em espaços uniformes entre uma e outra (a ajuda de uma régua ou fita métrica é indispensável nessa hora). Recomendo o uso de fita dupla face para colar as letras.

Fig-08


6. Os pára-choques do carro (Fig. 09). Recomendo que seja feito o seguinte: Uma lixada neles, até tirar um pouco da rugosidade do material, em seguida aplica-se um “primer” (fundo para pintura) e pinta-se a peça da mesma cor e do mesmo modo que se pintou o veículo. Tome o cuidado de preservar os frisos cromados dos pára-choques, pois, embora não pareça no início, eles dão uma boa diferença no resultado final do visual do carro.

Fig-09



B) Lateral


1. Os frisos laterais (borrachão) .Nestes devem ser preservados as “tiras” cromadas (Fig. 10), pois ajudarão bastante no aspecto final do carro. A dica que eu dou é para que se dê uma lixada, procurando tirar um pouco da rugosidade da superfície e, em seguida a aplicação de “primer” (fundo de pintura) para a posterior pintura, na cor do carro. Enfim, o mesmo processo feito com os pára-choques.

Fig-10


2. Uma boa dica para a lateral do carro é uma peça que dá um efeito muito bonito em todos os Chevettes, são as molduras das janelas laterais dos SL de 1975 (Fig. 11 as dianteiras e Fig. 12 as traseiras). O único problema dessas peças é que são raras e quando achadas são bem caras, cerca de R$ 500,00.

Fig-11 Fig-12


3. Quanto a spoilers laterais (saias), são um pouco difíceis de achar próprias para Chevette. Caso não as ache, procure alguma do seu gosto e que seja de algum carro que tenha a mesma distância entre-eixos do Chevette, que é de cerca de 250cm. Costumam servir as feitas para o Kadett (Fig. 13 e 14) e também as de Corsa, mas é bom dar uma verificada na hora de comprar. O preço costuma estar na faixa dos R$ 80,00 a R$ 120,00. Os spoilers devem ser pintados na cor do carro. Há quem use as saias laterais originais do Kadett GS / Gsi, com resultado muito satisfatório

Fig-13 Fig-14


4. Quanto aos espelhos, vai conforme o gosto de cada um. Vale os espelhos originais pintados na cor do carro ou com capa cromada. Uma sugestão que achei na internet foi o espelho da foto (Fig.15). Trata-se de um modelo “tuning”, dito universal, com piscas embutidos. A ilustração é só para ter uma idéia. Pessoalmente acho que os originais na cor do carro ou com capa cromada ficam muito melhores. Há também quem utilize as carcaças do Monza, pintadas na cor do carro, também dão um belo efeito.

Fig-15


5. Opcionalmente podem-se trocar também as maçanetas das portas, utilizando as do Corsa ou do Vectra (Fig. 16), na cor do carro ou cromada (cerca de R$ 20,00 cada). Digo que isso é uma solução opcional porque vai exigir um trabalho extra na funilaria (lanternagem) para adaptação dessas maçanetas.

Fig-16


6. Outros pontos a serem vistos com cuidado são as grades da coluna C (Fig. 17). O tratamento dispensado à elas deve ser o mesmo dado aos pára-choques e frisos laterais: Lixamento, aplicação de “primer” e pintura na cor do carro.

Fig-17



C) Traseira

1. Os Pára-choques (Fig. 18) devem receber o mesmo tratamento dos pára-choques dianteiros e dos frisos laterais (borrachão). Lixamento até perder um pouco da rugosidade, aplicação de “primer” e pintura. Com o devido cuidado para com os frisos cromados.

Fig-18


2. Spoiler traseiro (Fig. 19). Fixado abaixo dos pára-choques, deve ser tratado como o spoiler dianteiro. Assim como o dianteiro, há vários modelos no mercado, mas deve ser correspondente ao dianteiro. O mostrado na foto é correspondente ao dianteiro mostrado anteriormente e o seu preço é o mesmo do dianteiro, cerca de R$ 85,00. A peça deve ser pintada na cor do carro, assim como mostra a foto. A instalação de faróis de neblina traseiros, telas, etc, fica a critério do proprietário.

Fig-19


3. Nas lanternas surgem várias sugestões. Podem ser usadas desde as lanternas tipo “tuning” até uma modificação um pouco mais radical. A seguir mostraremos algumas propostas:

*Lanternas “tuning” - podem ser usadas aquelas com visual mais “clean” como as totalmente vermelhas. Tanto uma quanto a outra custam cerca de R$ 60,00 cada lado (Fig.20 e 21).

Fig-20

Fig-21


*Lanternas de Opala – Pode parecer uma loucura, mas isso é o que estou chamando de transformação um pouco mais radical. Usei essa técnica em um Chevette Hatch de 1986, e o resultado ficou muito bom mesmo. O porém é que exigiu um bom trabalho de funilaria (lanternagem) para a adaptação das lanternas. As lanternas que usei foram as do Opala 85 (Fig. 22), mas acredito que o resultado deve ficar bom também com as do Opala 82 (Fig. 23) e as do último modelo (Fig. 24).

Fig-22
Fig-23
Fig-24


4. Aerofólio. Aqui há varias opções, que vão desde o mais convencional (Fig.25), passa pelos adaptados de outros carros (Fig.26) indo até o mais radical (Fig. 27). Pessoalmente acho que os adaptados de outros carros dão um melhor aspecto, mais dentro do que se espera e também a gama de escolha é bem maior. Mas é bom lembrar que a adaptação deve ser feita por quem entende, pois pode exigir certas ajustagens na peça. A pintura da peça deve ser da mesma cor do carro.

Fig-25
Fig-26
Fig-27


D) Rodas e Pneus


Este é um assunto que deve ser tratado com muita seriedade, pois não se trata apenas de aparência, mas envolvem também segurança, conforto, estabilidade, frenagem, economia de combustível e outras coisas mais.

No Chevette é recomendável rodas com aro nunca maior que 15” , pois acima disso o conforto é muito prejudicado, assim como a estabilidade e a economia. Como a suspensão não foi projetada para rodas maiores que isso (e não resolve muito o caso a troca de molas e outros componentes, pois o problema é de dimensão da caixa de rodas, como em todos os carros), também sofre desgaste precoce com rodas de grandes dimensões. Salvo os casos em que, por se usar pneus de perfil baixo (195/45 18, por exemplo), as rodas e pneus ficam nas dimensões de um roda de, no máximo, aro 15” com pneus de perfil normal (185/60 15, por exemplo). Mesmo assim, seu uso deve-se restringir apenas a pisos muito bem pavimentados (o que é bem raro no Brasil), pois o risco de perder um pneu em um buraco é muito grande (e cada “pneuzinho” desses custa cerca de R$ 1.000,00, das marcas mais baratas).

Outro aspecto que deve ser visto com muita atenção é a largura da roda (também conhecida por tala) e o “offset” (distância que a roda fica para fora ou para dentro dos pára-lamas). Rodas muito largas ou com “offset” incoerente com a suspensão do carro prejudicam a manobrabilidade do carro, além de causar mais desgaste, devido ao maior esforço, em peças como caixa de direção, pivôs de suspensão, amortecedores, etc.

Os modelos são dos mais variados, mas aqui vão umas fotos de algumas que podem ser usadas para dar um visual legal e não prejudicar a suspensão (aqui são mostrados alguns modelos de aro 15”).

Fig-28 Fig-29

Outra sugestão que dou a respeito das rodas, agora diz respeito à aparência, é a aplicação de um acessório também conhecido como borboleta (Fig. 30). Acessório original do Corvette Sting Ray e do Jaguar E-Type, o qual são vendidas no mercado réplicas muito bem feitas.

Fig-30


Quanto aos pneus, dê preferência para pneus de “primeira linha” (Firestone, Pirelli, Goodyear, Michelin, etc) e, no caso do Chevette com roda aro 15 recomendo as medidas 185/55, 185/60 ou 185/65. A largura 195 já começa a prejudicar a dirigibilidade e a manobrabilidade do carro.

Pessoalmente dou preferência à marca Firestone, principalmente para pneus usados na tração (eixo traseiro no caso do Chevette), pois são fabricados com compostos mais “duros”, portanto são mais resistentes ao desgaste (no meu 79 só uso Firestone atrás, medida 175/70R13. Pratico muito “burn-out”: os pneus chegam a alisar, mas nunca estouraram, nem mesmo nas manobras mais exigentes).


PARTE II
DO INTERIOR DO VEÍCULO

SEÇÃO I
DOS DETALHES A SEREM MODIFICADOS



No interior do veículo é um tanto difícil dar sugestões, pois é principalmente aí que o que vale mesmo é o toque pessoal do proprietário. Mas, em todo o caso, aqui vão algumas dicas que podem dar uma valorizada no interior do carro.

1. Quadro de instrumentos do painel. Aqui há duas opções, dependendo do tipo do painel do carro em questão. Há o quadro de instrumentos mais antigo (Fig. 31), que acabou sendo usado até mesmo nos últimos Chevette, e há aquele mais moderno, lançado no Chevette SE de 1987 (Fig. 32), conhecido como o “com relógio digital”.

Fig-31
Fig-32

* Quanto ao painel com relógio digital (Fig. 32), não há muito que ser feito, a não ser a personalização dos fundos dos instrumentos e da iluminação. E isso deve ser feito em uma boa casa especializada em velocímetros e instrumentos automotivos. Há casas que mudam a marcação do velocímetro (chegando a 200 km/h ou 240 km/h) calibrando também o medidor, para que marque corretamente a velocidade. A dificuldade desse tipo de painel fica por conta da instalação do conta-giros (tacômetro): não tem como colocá-lo no quadro de instrumentos. Salvo se o proprietário optar por um modelo digital. Na foto há alguns modelos de conta-giros digital, que custam cerca de R$ 250,00 (Fig. 33). Nesse caso não se usa a carcaça do conta-giros, somente o “miolo”, que deve ocupar o lugar do relógio digital (Fig. 34). Caso queira usar um modelo analógico há que se adaptar o conta-giros em outra parte do painel, que aí fica a gosto do proprietário.

Fig-33
Fig-34

* Quanto ao painel “mais pobre” (Fig. 31), há uma solução para o conta-giros. É bastante trabalhosa, mas é uma solução. Consiste em usar os instrumentos da linha Gol/Santana, dos fins dos anos 80 (Fig 35). Mas iremos usar apenas os instrumentos (relógios) e não o quadro inteiro. A idéia é a seguinte: Instalar o velocímetro do Gol onde fica o velocímetro do Chevette, e o conta-giros do Gol (que também engloba marcador de combustível e temperatura) onde ficam os marcadores de temperatura e combustível do Chevette. Esse trabalho provavelmente exigirá a abertura dos círculos onde se encaixam os instrumentos originais do Chevette e um posterior ajuste dos pontos de fixação dos relógios. A personalização dos instrumentos (fundos e iluminação) fica a critério do proprietário.

Fig-35

* Outra opção para esse tipo de painel é a troca pelo quadro de instrumentos do Chevette GP II (um tanto difícil de se achar e razoavelmente caro) e/ou personalização (Fig. 36)

Fig-36

2. Revestimentos internos. Isso também fica bem ao gosto do dono do carro. Aqui dou umas dicas com um toque pessoal.

* Bancos – podem ser aproveitados (e bem aproveitados) os bancos originais do carro (Fig. 37). A sugestão é que se procure um bom tapeceiro para fazer o serviço que eu sugiro aqui: Aplicação de couro (ou outro material que o valha, como o “korino”, que é mais barato) de duas cores (Fig. 38), fazendo uma combinação que mais agrade o dono do carro

Fig-37
Fig-38

* Painel – Aqui a aplicação de couro, como nos bancos, também pode ser (bem) feita por um bom tapeceiro. Na foto abaixo (Fig. 39) indico a aplicação de couro preto com uma seta amarela, e a aplicação de couro de outra cor com uma seta vermelha. O couro de outra cor também deverá ser aplicado na tampa do porta-luvas.

Fig-39


* Forros de porta e laterais traseiras – Do mesmo modo que indiquei o item anterior indicarei estes. O serviço também pode ser feito pelo tapeceiro A ressalva é que isso pode ser modificado devido à instalação de alto-falantes, se esse for o caso, a alteração deve seguir conforme o gosto do proprietário. No caso dos forros de porta, recomendo o uso de couro colorido nos descança-braço.

Fig-40
Fig-41

*Console - quanto ao console, pode ser o original revestido em couro colorido, o que dá um resultado bem a contento. Mas se estiver a fim de gastar um pouco mais de grana (custa cerca de R$ 350,00 quando é achado), pode-se adaptar, sem problema nenhum, o console original do Chevette GP II (Fig. 42) e revesti-lo com o couro colorido.

Fig-42


3. Alavanca e manopla do câmbio - Aqui eu sugiro o uso de couro preto (para dar contraste com o colorido do console) no revestimento da alavanca, o uso de um anel na base (Fig. 43) e uma manopla ao gosto do dono do carro.

Fig-43


4. Volante. Aqui também vai muito do gosto pessoal do dono do carro. Só estou mostrando algumas opções, dentre elas o uso do volante do Corsa (Fig. 44) com o uso de couro colorido em seu aro (indicado pela seta vermelha).

Fig-44
Fig-45
Fig-46



PARTE III
DA MOTORIZAÇÃO



Chegamos à parte mais interessante do carro.
Como todos nós já sabemos, o Chevette é o carro em que há muita facilidade de adaptação de outros motores. Aqui apresentarei algumas já bem conhecidas e também “brincaremos” com a mecânica original do Chevette.

A) ADAPTAÇÕES
1. Motor AP Volkswagen (Fig. 47) – pessoalmente não cai muito no meu gosto esse tipo de adaptação. Na minha opinião se o sujeito quer um motor Volkswagen no seu carro, ele que compre um Passat ou um Voyage e seja feliz (sim, pode me chamar de “purista”). Além do mais não é uma adaptação das mais fáceis devido aos pontos de fixação do motor e flange para o câmbio, peças e mão-de-obra que acabam saindo um tanto caras.

Fig-47


2. Motor Chevrolet 151 (Opala 4 cilindros) – No Chevette é uma verdadeira usina de força, tanto que a própria Chevrolet reconheceu isso: estava praticamente pronto o lançamento do Chevette GP III para 1980 (com a frente de duas grades, o Chevette “bicudo”) com esse motor (Fig. 48), a fábrica até já havia encomendado para a ZF um lote de diferenciais especiais para o carro. Só que em 1979 veio o golpe de misericórdia da crise do petróleo e o lançamento foi adiado, só que nunca veio.

Fig-48


A adaptação desse motor no Chevette é muito conhecida, necessitando apenas a troca do eixo-piloto, da suspensão dianteira e do diferencial. Mas o diabo é justamente esse diferencial, que deve ser o do Chevette hidramático, justamente uma versão da qual saíram da fábrica muito poucas unidades. Costuma-se usar o diferencial da Chevy 500 no lugar, dizem que agüenta bem. A fixação do motor também é bem mais fácil do que a adaptação do motor AP Volkswagen

3. Motor Chevrolet 250 (Opala 6 cilindros) – adaptação também muito difundida no “mundo Chevettesco” (Fig. 49). A adaptação do poderoso “seis canecos” no Chevette segue basicamente a mesma receita da adaptação do motor 151, as diferenças estão na suspensão dianteira (que deve ser mais reforçada devido ao maior peso do motor), no diferencial (usa-se o do Opala, uma adaptação um tanto trabalhosa), na fixação do motor (um pouco diferente da do motor quatro cilindros) e no recorte feito na lataria, perto do fecho do capô (para caber o radiador).

Fig-49



B) Venenos

Aqui usaremos como base a mecânica do próprio Chevette. A grande vantagem dessa “brincadeira” é a eliminação de etapas necessárias numa adaptação (troca suspensão, confecção de flanges para encaixar o motor no câmbio, troca de diferencial, etc.). O que se traduz em menos trabalho e menos “gastança” de dinheiro. O mais interessante desses venenos que passarei a seguir é que eles podem ser feitos em qualquer motor de Chevette, tanto faz se é 1.0, 1.4 ou 1.6.

Passarei aqui três receitas de veneno para o motor do Chevette: uma leve, uma média e a outra um pouco mais “pesada”.
Vamos ver?

1. Veneno Leve - Com essa receita ganhamos cerca de 10 % de força. Consiste basicamente em trocar o carburador original, através da instalação de uma flange, por um Brosol 2E, original de Monza (Fig.50) e a troca de velas de ignição pelas de dois eletrodos ou com eletrodos de prata. A eliminação de um eventual catalisador ajuda (e muito) no ganho de potência, assim como o abafador central do escapamento.

Fig-50


2. Veneno Médio – Ganho aproximado de 20% a 30% de força. Consiste em utilizar a receita do veneno leve com algo mais. Esse algo mais já consiste em coletores especiais de admissão (Fig. 51) e de escapamento (Fig. 52), carburador Weber 44 (Fig. 53) e um comando de válvulas do Chevette 1973 (Fig. 54 – meramente ilustrativa), pois este comando tem melhor tempo de abertura.

Fig-51
Fig-52
Fig-53
Fig-54

3. Veneno “Pesado” – Esse já é um pouco mais complexo, vai exigir uma explicação pouco mais detalhada e um pouco mais de “verba” para ser feito. Mas esse eu garanto que fica muito bom. Fiz essa “receita” num Chevette 75, quatro marchas... o “bicho” alcançava 150 km/h em terceira marcha, isso quando o veneno ainda não estava completo, pois ainda andávamos com o carburador original do Chevette (corpo simples) e com o coletor de escapamento também original. A receita consiste em transformar o motor do Chevette num 2.3 litros. Como isso? Veremos a seguir:

* Preparação do bloco do motor – o ideal é comprar outro bloco, já meio “detonado” de preferência porque sai mais barato e, pelo o que vai ser feito, tanto faz se é novo ou já bem usado (tanto faz se é de motor 1.4, 1.6 ou 1.0). Em seguida manda-se o bloco para uma retífica onde será feito um serviço “especial”: a abertura dos cilindros para que caibam as camisas e os pistões do Opala seis cilindros (Fig. 55).

Fig-55


O que será feito em seguida é a montagem desses pistões e anéis do Opala nas bielas do Chevette. Monta-se o motor normalmente. As válvulas continuarão as originais do Chevette, o que deverá mudar, para se obter uma melhor performance é o comando de válvulas, que deverá ser um 289º ou 286º.

* Coletores de admissão e carburador. – Devem se usados os mesmos tipos de coletores usados no veneno médio (Fig. 51), só que o carburador que eu recomendo agora é nada mais nada menos que um “quadrijet”, também conhecido com “quadrifoglio”, quando usado nos Alfa Romeo 2300 nacionais (Fig. 56), pode-se usar um ou dois carburadores desses. O carburador Weber 44 (Fig. 53) também é uma boa pedida para esta receita.

Fig-56


* Sistema de Escape – Os coletores devem ser os mesmos usados na receita de veneno médio, ou seja, dimensionados (Fig.52). O restante do cano de descarga deverá ser “reto”, ou seja, sem nenhum silenciados, abafador e (muito menos) catalisador, pois cavalo que anda também faz barulho. Opcionalmente pode-se usar um abafador traseiro (Fig. 57).

Fig-57


* Velas de Ignição e cabos de vela – Sugiro aqui velas de boa qualidade, de preferência as de quatro eletrodos (Fig. 58), usadas em motores de aviação. Essas velas proporcionam uma queima mais completa da mistura ar combustível, o que resulta em respostas mais rápidas e uma relativa economia de combustível. Cabos de vela eu sugiro os supressivos e siliconados (Fig. 59), a sugestão que eu vou dar é um pouco cara, mas vale o investimento: prefira os cabos importados da marca Accel.

Fig-58
Fig-59


* Filtro de ar e respiro do óleo – É só usar os esportivos de sua preferência e de boa qualidade, aqui ilustro umas sugestões (fig. 60 e 61).

Fig-60
Fig-61


* Radiador de óleo – Num veneno como este é quase que indispensável o uso de um bom radiador de óleo. É ele o responsável por refrigerar o óleo do motor, não deixando assim que ele “afine” muito. Podem ser encontrados muitos modelos de radiadores de óleo. Aqui apenas ilustro o que é (Fig. 62).

Fig-62


QUER CORRER MUITO?
Faça esse veneno, turbine o motor e chegue aos 250 km/h.


CUIDADO IMPORTANTÍSSIMO: Como esta receita se trata de um aumento volumétrico do motor, o que acaba por afinar as paredes dos cilindros, é importante ter muito cuidado, evitando acelerações muito bruscas e aumentos de temperatura. Ajuda muito a utilização de aditivos de radiador de boa qualidade e cerca de 100 ml de Molykote no motor a cada troca de óleo, que deve ser sempre entre 3.000 km e 5.000 km. O óleo é outro item importante: só use óleos de boa qualidade, com aditivação SJ ou superior. Não é necessário o uso de óleo sintético, basta apenas um óleo de boa qualidade e respeitar as trocas.
Este veneno é somente para atingir boas velocidades de cruzeiro, e não para arrancadas. Só para traçar um paralelo com o mundo das motos: esse veneno é como se fosse o motor de uma Harley Davidson: deve-se estar sempre em baixa rotação, mas é assim que ele funciona atingindo boas velocidades e mantendo-as.



BOA DIVERSÃO

Bem, espero que essas dicas sejam de alguma valia para as modificações de seu Chevette. Uma coisa é certa: seguindo as instruções teremos um carro à altura de uma BMW Série 3 (Por que não?) por um preço bem mais em conta..
Espero também mais participações na nossa comunidade do “Orkut” – Chevette - Dicas e Venenos:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=4350610


Abraço.

Leo Moraes


Texto: Leo Moraes

Fotos:

· Mercado Livre (anunciantes)
· Arquivo de Imagens do Yahoo
· Arquivo Pessoal
· Divulgação